Não sentem menos do que nós por terem menos sentidos, ou melhor, receptores de sensações. Quando os têm em falta, são compensados, acentuados sensorialmente noutra parte em que o corpo pede um pouco mais de atenção. E o corpo dá. A sociedade é que não!
As pessoas deficientes, no nosso distrito, país, e até no mundo, precisam urgentemente de mais meios, de mais incentivos que os façam agarrar a vida com toda a força que têm, com todo o vigor que é tão grande ou maior do que o nosso. É preciso acabar com o preconceito, atenuar a diferença. Não podemos acabar com ela, porque existem, de facto, diferenças físicas ou psíquicas que nos distinguem destas pessoas, mas podemos acabar com barreiras sociais e físicas que acentuam a discriminação e o rebaixamento dos que enfrentam obstáculos, todos os dias, para melhorar a qualidade de vida.
Os surdos observam a vida como se esta fosse um filme sem voz, mas aprendem a interpretar a linguagem humana – que é universal – através de gestos metafóricos e simbólicos, e são, porventura, capazes de captar uma imagem que se revela mais nítida e mais luminosa, mais cheia de força e vontade, porque os olhos curiosos têm mais sede de ver do que os nossos! Não serão eles como nós?
Os cegos também vêem – pelas mãos! Não precisamos de olhos para sentir ou conhecer uma pessoa. Eles tomam os gestos, o tacto, o percorrer de sentidos, sentem um arrepio, uma intuição, palavras e actos que denunciam qualquer personalidade, às vezes, imperceptível aos olhos humanos. Não serão eles melhores do que nós?
No entanto, no dia-a-dia enfrentam dificuldades, por vezes, impensáveis! As simples acções de subir umas escadas, de ler um cartaz, de ouvir uma chamada de atenção ou de carregar num botão que seja mais alto, parecem-nos, a nós, demasiado insignificantes para receberem atenção e, no entanto, é de impossível realização para alguns. Porém, não serão eles merecedores de iguais direitos e, por isso, de terem uma qualidade de vida minimamente razoável?
Estamos tão concentrados nos nossos problemas, na correria do nosso quotidiano, que nos esquecemos da falta que pode fazer uma rampa, um elevador ou mesmo uma escola equipada que possa acolher pessoas com alguma deficiência, mas que, nem por isso, tem menos vontade de viver. Não são as cadeiras de roda, nem a falta de visão ou audição que as tornam pessoas inferiores a nós. São diferentes, sim, mas se lhes cortarmos o braço escorrerá sangue vermelho como o nosso, se lhes abrirmos o peito veremos um coração que bate tal e qual o de cada um de nós, se lhes oferecermos um sorriso, de certeza que nos devolverão outro com gratidão e afecto… De facto, eles não sentem menos do que nós e, só por isso, são iguais a todos – com os defeitos e qualidades que caracterizam o ser humano. Não seria, portanto, humano da nossa parte, fazer ver essa igualdade?
As pessoas deficientes, no nosso distrito, país, e até no mundo, precisam urgentemente de mais meios, de mais incentivos que os façam agarrar a vida com toda a força que têm, com todo o vigor que é tão grande ou maior do que o nosso. É preciso acabar com o preconceito, atenuar a diferença. Não podemos acabar com ela, porque existem, de facto, diferenças físicas ou psíquicas que nos distinguem destas pessoas, mas podemos acabar com barreiras sociais e físicas que acentuam a discriminação e o rebaixamento dos que enfrentam obstáculos, todos os dias, para melhorar a qualidade de vida.
Os surdos observam a vida como se esta fosse um filme sem voz, mas aprendem a interpretar a linguagem humana – que é universal – através de gestos metafóricos e simbólicos, e são, porventura, capazes de captar uma imagem que se revela mais nítida e mais luminosa, mais cheia de força e vontade, porque os olhos curiosos têm mais sede de ver do que os nossos! Não serão eles como nós?
Os cegos também vêem – pelas mãos! Não precisamos de olhos para sentir ou conhecer uma pessoa. Eles tomam os gestos, o tacto, o percorrer de sentidos, sentem um arrepio, uma intuição, palavras e actos que denunciam qualquer personalidade, às vezes, imperceptível aos olhos humanos. Não serão eles melhores do que nós?
No entanto, no dia-a-dia enfrentam dificuldades, por vezes, impensáveis! As simples acções de subir umas escadas, de ler um cartaz, de ouvir uma chamada de atenção ou de carregar num botão que seja mais alto, parecem-nos, a nós, demasiado insignificantes para receberem atenção e, no entanto, é de impossível realização para alguns. Porém, não serão eles merecedores de iguais direitos e, por isso, de terem uma qualidade de vida minimamente razoável?
Estamos tão concentrados nos nossos problemas, na correria do nosso quotidiano, que nos esquecemos da falta que pode fazer uma rampa, um elevador ou mesmo uma escola equipada que possa acolher pessoas com alguma deficiência, mas que, nem por isso, tem menos vontade de viver. Não são as cadeiras de roda, nem a falta de visão ou audição que as tornam pessoas inferiores a nós. São diferentes, sim, mas se lhes cortarmos o braço escorrerá sangue vermelho como o nosso, se lhes abrirmos o peito veremos um coração que bate tal e qual o de cada um de nós, se lhes oferecermos um sorriso, de certeza que nos devolverão outro com gratidão e afecto… De facto, eles não sentem menos do que nós e, só por isso, são iguais a todos – com os defeitos e qualidades que caracterizam o ser humano. Não seria, portanto, humano da nossa parte, fazer ver essa igualdade?
N'Yumi
Está lindo o texto.
ResponderEliminarRealmente as pessoas não se apercebem daquilo que estes seres tão ou mais especiais que nós sentem e vivem cada dia. Muito menos das suas dificuldades.
ADOREI mesmo.
O vosso projecto está excelente e o blogue tb! Se todas as pessoas fossem como voçês o mundo seria bem melhor.bjs
André